Bem-estar: mercado, consumidores e tendências

novembro 24, 2021

 

Oi! Sentir-se bem e saudável não é apenas uma tendência atual, é uma necessidade humana, e os consumidores se conscientizam cada vez mais da sua importância.

Você já havia notado que a saúde estava cada vez mais em alta: academias mais cheias, novos serviços de alimentação saudável a cada dia, maior preocupação com bons hábitos de vida… Mesmo antes da pandemia, havia uma crescente conscientização com relação à importância de ter hábitos saudáveis, e, com a chegada da Covid-19, a área da saúde tomou uma dimensão muito maior.

O Coronavírus teve um impacto muito negativo no bem-estar mental de 53% dos brasileiros, o que deixou o Brasil em quarto lugar na pesquisa do Instituto Ipsos sobre os países mais afetados durante esse período. As coisas mudaram de uma forma que ninguém previa, e tudo isso trouxe consequências na qualidade de vida. Aumento de ansiedade e estresse, alterações no sono, má alimentação e sedentarismo foram apenas alguns dos efeitos da pandemia e do consequente isolamento social. 

Com os riscos da Covid-19, cresceu a preocupação das pessoas com a própria saúde e com a saúde de suas famílias. O Coronavírus afetou as pessoas profundamente: parentes, amigos e conhecidos hospitalizados ou perdidos, mudanças abruptas de estilo de vida, falta de socialização, negócios falidos, medo de contrair o vírus ou infectar familiares… Com tudo isso, nossa saúde física e mental ficou comprometida.

Mercado e consumidores do bem-estar

Com todas essas questões que vieram à tona no período de quarentena – sem falar no fechamento de academias, outros comércios e na dificuldade de realizar as atividades diárias – nossos cuidados com autoestima, bem-estar, com o corpo e entre outros, acabaram ficando um pouco de lado em um momento em que eles eram mais necessários que nunca.

Assim, a preocupação com os hábitos saudáveis aumentou e levou as pessoas a desenvolver novos costumes, como o de se exercitar em casa. E esse aumento da busca pelos cuidados pessoais ainda vem ao encontro das tendências que estão se consolidando no mercado há alguns anos, o que acabou abrindo uma oportunidade sem igual no mercado.

Graças a promoção de um estilo de vida mais saudável, as pessoas se preocupam cada vez mais com alimentação, atividades físicas e hábitos saudáveis em geral, o que aumenta a qualidade de vida e auxilia na prevenção de doenças. O segmento do bem-estar vem tendo um crescimento sem precedentes,e um dos seus destaques vem sendo a saúde digital, que é fundamental para levar informação e cuidados médicos às pessoas sem a necessidade de contato, no momento em que elas mais precisam.

A McKinsey realizou uma pesquisa sobre esse mercado que vem chamando a atenção. O estudo sobre o setor do bem-estar envolveu cerca de 7.500 consumidores em seis países, incluindo o Brasil, e revelou alguns insights muito interessantes para as empresas que já atuam ou pretendem ingressar nessa área.

Para 79% das pessoas entrevistadas, o bem-estar é considerado importante; já 42% considera a saúde uma prioridade. Nos mercados de todos os países avaliados, o bem-estar vem ganhando grande força nos últimos três anos. Já no Brasil, a pesquisa revelou uma falta de opções no segmento do bem-estar e, ao mesmo tempo, mostrou que este mercado ganhou uma importância maior dentro das prioridades de 74,1% dos consumidores.

Principais categorias do segmento do bem-estar

Mas o que significa bem-estar para esses consumidores? Os clientes destacam algumas categorias nesse segmento que eles consideram mais relevantes:

  • Saúde: inclui dispositivos e serviços de medicina (como telemedicina, marcação de consultas, monitoramento de batimentos etc);
  • Condicionamento físico: vinha crescendo com certa estabilidade e ganhou mais importância desde a pandemia, o que pode ser explicado pelo fechamento de academias, dificuldade de praticar esportes com outras pessoas e pela tentativa de muitos de recuperar a forma física. Os equipamentos para treinar em casa têm destaque em crescimento;
  • Nutrição: outro mercado que já estava em ascensão no Brasil, com clientes que buscam refeições saudáveis e, ao mesmo tempo, saborosas. Alguns produtos importantes são aplicativos de dieta nutricional e serviços de comidas saudáveis;
  • Aparência: inclui roupas esportivas usadas tanto nas academias quanto no dia a dia, produtos de beleza (como cosméticos de skincare) e serviços como procedimentos estéticos não-cirúrgicos (tratamentos de laser, microagulhamento etc);
  • Sono: alguns dos principais produtos são melatonina, cortinas de blackout, colchões com tecnologia e aplicativos para monitoramento ou de auxílio do sono. Esta categoria ganhou mais evidência na pandemia, devido ao aumento do estresse e das mudanças na rotina que acabaram prejudicando o sono;
  • Mindfulness (atenção plena ou consciência plena): este é um conceito que foi popularizado recentemente, mas ganhou mais espaço por conta dos impactos negativos que o Coronavírus gerou na saúde mental. Essa categoria inclui serviços e aplicativos para a meditação.

No Brasil, a preocupação com a saúde fica em primeiro lugar, seguida da aparência, condicionamento físico, mindfulness, nutrição e,  por fim, da qualidade do sono. No geral, os consumidores mostraram uma expectativa em aumentar os gastos com o bem-estar no futuro.

As tendências do mercado

Se você atua em algum dos mercados do bem-estar ou pretende ingressar nessa área, existem algumas tendências que vêm ganhando força. Por isso, vale ficar de olho nesses pontos para alavancar suas estratégias.

Produtos naturais, ecológicos e não industrializados estão em alta

Seja cosméticos, suplementos vitamínicos ou serviços de nutrição, os produtos naturais estão por todo lado e ganharam a preferência do brasileiro. Um consenso interessante entre todos os países que participaram da pesquisa da McKinsey foi que, se pudessem escolher entre produtos mais naturais ou mais eficientes (nas categorias de suplementos alimentares e skincare), eles prefeririam as opções naturais. Ou seja, sacrificariam até a eficiência pelos benefícios dos artigos não industrializados.

A personalização tem um papel essencial

Já falamos por aqui sobre como a personalização importa, e como os negócios B2B seguem a tendência estabelecida pelo B2C que foi abraçada pelos consumidores. Os consumidores brasileiros, por exemplo,  se dispõem até mesmo a abrir mão da privacidade, se isso resultar na personalização dos produtos – e isso em tempos de grande preocupação com a exposição e o compartilhamento de dados. Mesmo em países que se preocupam mais  com a privacidade, a maioria dos compradores também têm uma preocupação com a personalização.

O meio digital é o caminho

As tecnologias – assim como a adoção dos canais digitais pelas empresas – se desenvolvem cada vez mais rapidamente. E é normal que determinados produtos vendam mais online, enquanto outros continuam sendo mais comercializados em lojas físicas. A dica neste ponto é um dos princípios da experiência sem fricção: criar experiências de compra omnicanal, ou seja, oferecer produtos nos canais offline e online sem que a empresa atue de forma inferior em um desses meios. Isso é fundamental para chegar até os clientes e fazer o negócio da forma mais confortável para eles. Para alavancar as vendas digitais, tente oferecer um diferencial no meio online.

Influenciadores podem fazer a diferença

No Brasil, cerca de 45 a 55% dos consumidores afirmam que os influenciadores facilitaram suas decisões de compra.

Os serviços ganham cada vez mais força

Os serviços voltados tanto para a saúde física quanto a mental estão crescendo no mercado do bem-estar, como personal trainers e nutricionistas.

As categorias estão cada vez mais integradas

Para a grande parte dos consumidores, não basta apenas uma marca ou uma única solução para satisfazer todas as suas necessidades de bem-estar, o que abre espaço para que as empresas desenvolvam produtos com foco em grupos específicos. Vale a pena investir em algumas categorias nas quais os clientes pretendem gastar: melhora da memória, produtos contra o envelhecimento, suplementos de beleza, nutrição, meditação e mindfulness.

Procura pelo bem-estar e pandemia

Com o início da pandemia, a procura pelo bem-estar cresceu repentinamente. Os buscadores registraram o aumento da preocupação dos consumidores com o autocuidado, diante da impossibilidade de continuarem suas atividades normalmente. Assim, termos como “saúde”, “exercício físico”, “exercício em casa”, “alimentação saudável”, “skincare” e “cosméticos” começaram a ter uma procura maior no Google a partir de março de 2020.

Captura de tela: página inicial do Google Trends

As pessoas precisaram se adaptar ao novo normal, sem poder se socializar como antes e com o comércio reduzido, a população foi levada a buscar novas soluções para cuidar de si e de suas famílias em suas próprias casas. 

Captura de tela: pesquisa bem-estar no Google Trends na categoria saúde

O interesse por esse setor continuou em alta neste ano, e, seguindo a tendência dos últimos anos, o mercado do bem-estar promete continuar crescendo, mesmo no futuro, depois do controle da pandemia.

O futuro do mercado do bem-estar

Dados recentes da Associação Brasileira de Franchising (ABF) confirmam que as franquias de saúde, beleza e bem-estar alcançaram resultados positivos, chegando a atingir 3,1% de crescimento e R$10,7 bilhões de lucro em 2020, mesmo diante de todas as dificuldades. Aliás, após o susto inicial da pandemia, o mercado das franquias deu um salto de 5,4% de aumento no faturamento no 4o trimestre do último ano e, em 2021, subiu 12,7% no 1o trimestre.

Uma explicação para esse grande aumento desde 2020 é o desejo de se sentir bem e saudável, principalmente nesse momento de fragilidade em que a maior preocupação é com a saúde. Outro fator que pode ter beneficiado o mercado, é a redução de atividades sociais e de lazer, como viagens, academias, esportes e eventos. Isso pode ter levado os consumidores a investir em outras formas de autocuidado, autoestima e descontração.

O mercado do bem-estar não atua apenas em cima de um desejo de se sentir saudável, mas também em uma necessidade de cuidar de si e buscar a saúde física, mental e emocional. O crescimento desse setor demonstra essa busca intensamente, devido ao momento que vivemos. Por isso, esta é a hora de investir nas categorias dos cuidados pessoais.

A sua empresa desenvolve alguma estratégia para impulsionar produtos ou serviços relacionados ao bem-estar? Você investe ou pretende apostar nas áreas de cuidados pessoais? Compartilhe com a gente a sua experiência com este mercado promissor!

 

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