Geração Z Feminina e TikTok: navegando entre tendências e riscos financeiros
A Geração Z feminina está na vanguarda do consumo no TikTok, um fenômeno que merece atenção. Mulheres jovens, principalmente na faixa dos 20 anos, estão mais ativas no aplicativo de vídeos curtos em comparação com os homens da mesma geração, o que as coloca em uma posição única de influência e, ao mesmo tempo, de vulnerabilidade financeira.
Ellyn Briggs, analista de marcas da Morning Consult, destaca que o TikTok se tornou um pilar para as jovens da Geração Z, ditando tendências e comportamentos de consumo online. O tempo prolongado no aplicativo não só fortalece a conexão com influenciadores digitais, mas também expõe as usuárias a um consumo impulsionado por conteúdos inspiradores e, muitas vezes, por produtos de marcas específicas.
Essa exposição constante a influenciadores, que frequentemente compartilham compras recentes, pode criar uma percepção distorcida da realidade financeira. Muitos desses influenciadores, apesar de compartilharem a faixa etária de seu público, possuem rendas significativamente mais altas devido às suas plataformas e parcerias com marcas, além de receberem produtos gratuitamente.
Briggs ressalta a importância de reconhecer o impacto das nossas vidas digitais nas reais. Com mais de oito bilhões de visualizações para a hashtag #TikTokmademebuyit, é evidente a influência do TikTok nos hábitos de consumo da geração mais jovem. De acordo com a Morning Consult, 75% das mulheres da Geração Z usam o TikTok, em comparação com 62% dos homens.
Shaun Williams, planejador financeiro certificado e sócio da Paragon Gestão de Capital, compara a dinâmica social do TikTok com o antigo conceito de “acompanhar os vizinhos“. Ele observa que, enquanto os baby boomers eram influenciados principalmente por seus pares socioeconômicos imediatos, a Geração Z enfrenta um novo nível de pressão social através das plataformas digitais.
A LendingTree revela que a dívida não hipotecária entre a Geração Z aumentou 99,3% entre março de 2021 e o primeiro trimestre de 2023. Sophia Bera Daigle, CFP e fundadora da Planejamento da Geração Y, aconselha as jovens a evitarem dívidas de cartão de crédito, enfatizando a importância de começar a vida financeira sem dívidas.
Para as jovens da Geração Z, é crucial lembrar que a aparência de riqueza nas redes sociais pode ser enganosa. Williams adverte que os sinais de riqueza frequentemente não refletem a realidade financeira. Além disso, Daigle encoraja as mulheres a focarem em seus planos de longo prazo, considerando investimentos em aposentadoria e economias de emergência, especialmente diante de desafios como a disparidade salarial.
Estabelecer uma base financeira sólida na casa dos 20 anos pode ser a chave para um futuro mais seguro e próspero, permitindo que, na casa dos 30, os objetivos financeiros sejam alcançados com maior facilidade e segurança.
Fonte: CNBN Women & Wealth
